terça-feira, 23 de outubro de 2007

É de pequenas coisas..

Viu-a de longe sentada na praça. A cidade, sempre tranqüila, nesse dia mais calma que de costume. Era feriado. Se aproxima mais e agora sim tem certeza. É ela.

Sentada no banco, pequena, daquelas que te abraçam pela cintura. Mas ela não é pequena só no tamanho, como também é pequena. A pequena da literatura e dos botequins, daquelas que fazem por merecer o adjetivo. Aquelas que você beija e no dia seguinte diz ao melhor amigo: "Que pequena aquela de ontem".

Enfim, lá estava a pequena. Sempre pequena. A pequena de sempre que nunca vai deixar de ser. Surpresa ao vê-lo, deu um oi carregado no i e perguntou:

-Porque não me avisou que ia chegar?
-Eu mandei uma mensagem no seu celular.

-Estou sem celular".
-Putz.

-Pois é.

Cabelo preso. Não deu pra ver se estava curtinho como da última vez.

-Vai embora quando?
-Hoje de noite.

-Chegou quando?
-Hoje de manhã.

-Mas já? Passa lá em casa. Eu devo ficar aqui na praça até umas 20 horas.
-Passo sim. Vou mesmo hein?

-Tranqüilo. Vai sim.

Não foi. Já sabia que não iria. Uma mentira tática e juvenil. Voltou cheio de dúvidas pra casa. Um beijo no rosto e um abraço de upa. Respirou fundo pro cheiro ficar na memória.

Sentada no banco a pequena desleixada. Quase impossível alguém passar ali e se encantar com ela. Mas ela estava lá, encantadora. As melhores pequenas nos seus momentos mais "feios", são as mais bonitas sempre.

E que pequena.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu prefiro as pequenas.