sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Meu camarada

Meu amigo semi-engenheiro e poeta Carlos Eduardo, o Coquinho, me fez uma singela homenagem. Escreveu um poema e dedicou a mim.

Emocionado, digo a Coq em forma de agradecimento que se ele for tão promissor engenheiro quanto poeta, fará fortuna e fumará charuto na nota de 100 dólares nos nossos churrascos.

Seguem os versos que se encontram no metacentro, onde ele dá plantão:


CICATRIZES DO SAMBA

para Thales Ramos
A saia perdia
para as leis da gravidade,
por menor a desvantagem na competição...
Quando jurei amizade ao primeiro vento que ali batesse.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Um bom (re)encontro

Sinto falta de mulheres nas fichas técnicas dos cds, ainda são poucas as que compõem e gravam (ou que são gravadas). Quando descobri Simone Guimarães ela preencheu uma parte desse vazio. A descobri tem mais ou menos três anos no disco Noturno Copacabana, onde ela assinava Pra Jackson e Almira e Rasgando Seda, musicadas por Guinga.

Simone é apaixonante.












Faz algum tempo que baixei algumas de suas músicas, mas esse dias pipocou Baião Barroco (Cavalo-marinho) (c/ Juarez Moreira) e redescobri uma paixão adormecida. Daquelas que você tinha esquecido, mas num dia quando menos espera dá de cara na noite.

Escutei a música mais de dez vezes seguidas, a princípio me pareceu uma letra difícil entender. Como tudo que é bom, não se entende de primeira. A letra é lúdica e me remete a um monte de coisas boas. Lembra-me festas populares, como Folia de Reis, por exemplo.

Ela faz imagens bonitas e o canto dela também é lindo e emocionante.

Letrista genial, ela tem andado com gente boa nos seus discos como Milton Nascimento, Francis Hime, Leila Pinheiro, Dori Caymmi, Ivan Lins, Elba Ramalho e Maria Bethânia.

O reencontro com a música de Simone e do “...cavalo-marinho deixado no azul..”, me dizem que nem sempre o encontro com uma paixão antiga é incomoda e torturante.

Sigo eu com ela na caixa de som.

Mais sobre Simone Guimarães aqui e acolá.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Vacilando

Andando aqui por Santa Rosa, meu antes tranqüilo bairro que agora toda semana sobe um prédio, passo em frente a uma obra e pego a seguinte conversa entre dois pedreiros.

-Hoje é dia internacional da dona de casa.
-Não brinca comigo.

-E é dia das bruxas também.

Que vacilo peão.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

É de pequenas coisas..

Viu-a de longe sentada na praça. A cidade, sempre tranqüila, nesse dia mais calma que de costume. Era feriado. Se aproxima mais e agora sim tem certeza. É ela.

Sentada no banco, pequena, daquelas que te abraçam pela cintura. Mas ela não é pequena só no tamanho, como também é pequena. A pequena da literatura e dos botequins, daquelas que fazem por merecer o adjetivo. Aquelas que você beija e no dia seguinte diz ao melhor amigo: "Que pequena aquela de ontem".

Enfim, lá estava a pequena. Sempre pequena. A pequena de sempre que nunca vai deixar de ser. Surpresa ao vê-lo, deu um oi carregado no i e perguntou:

-Porque não me avisou que ia chegar?
-Eu mandei uma mensagem no seu celular.

-Estou sem celular".
-Putz.

-Pois é.

Cabelo preso. Não deu pra ver se estava curtinho como da última vez.

-Vai embora quando?
-Hoje de noite.

-Chegou quando?
-Hoje de manhã.

-Mas já? Passa lá em casa. Eu devo ficar aqui na praça até umas 20 horas.
-Passo sim. Vou mesmo hein?

-Tranqüilo. Vai sim.

Não foi. Já sabia que não iria. Uma mentira tática e juvenil. Voltou cheio de dúvidas pra casa. Um beijo no rosto e um abraço de upa. Respirou fundo pro cheiro ficar na memória.

Sentada no banco a pequena desleixada. Quase impossível alguém passar ali e se encantar com ela. Mas ela estava lá, encantadora. As melhores pequenas nos seus momentos mais "feios", são as mais bonitas sempre.

E que pequena.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Sapiência popular

Enquanto o nativo carioca usa e abusa do palavreado de "Tropa de Elite", eu que já vi e ouvi o filme umas cinco vezes, não aguento mais esse burburinho. Fofoqueiro urbano que sou, compartilho com vocês alguns dizeres populares que aprendi nas últimas semanas. Viva a renovação, viva a gíria.

-Cada cachorro lambe a sua piroca. Significa que cada um sabe sua responsabilidade.

-Só pica de duas cabeças. É uma variação do já popular "só pica" ou "é pica". Ser pica quer dizer ter poder, autoridade, ser "o cara". Sendo pica de duas cabeças, imagem a pressão. Alguns picas famosos: Romário, Chico Buarque, Clarice Lispector, Chuck Norris, Capitão Nascimento.

-Quem pariu Matheus que balance. Essa é pra quem tem filho e não toma conta.

-Criado na boca e dando mole pra batom. Mesmo sendo malandro e macaco velho, às vezes damos certos moles. Enfim, acontece.

-O bagulho é de verdade. Se a festa foi boa, o lance está sendo maneiro ou a parada séria, então meu cumpadi, o bagulho é de verdade.

-Dar um rolé na bicicletinha. Acabou esse negócio de "vou ver minha preta(o)", "vou sair com minha(meu) ficante", "peguéte". A partir de hoje pegue sua bicicletinha e dê sua volta no quarteirão.

-Francinar. Modéstia á parte, essa eu inventei. Um amigo meu ficava com uma menina e dava moral de cavalheiro para ela. Mas ela não deu valor, meteu uma bronca do nada. O nome dela? Francine. Sendo assim, virou verbo. Se meteu marra, se fez de gostoso(a), francinou malandro!

-Só pena que voa. Essa eu aprendi com o segurança aqui da rua. Ele é tricolor e sempre assistimos aos jogos juntos. Um dia passou uma tetéia de doer os olhos e ele disse: "Levo pra minha cama e aí é só pena que voa".

-Roleiro. Uma das melhores. Perguntei a um amigo a profissão do pai dele. Me respondeu que o pai era roleiro, fazia "rolo". Se virava aqui e ali.

Colaborem comigo.Mande novas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Sempre aqui

Tempo que não venho aqui, meu outro blog tem me tirado um pouco do tempo que tenho de sobra.

Cá estou, de volta.
Se você voltou, eu também voltei.
Sentiu minha falta, que bom. Eu também senti. Dá cá um abraço.
Quando eu puder eu te retorno. Ando cansado de não fazer nada, cheio de disposição.
Bom saber que você passou por aqui, uma pena não ter me encontrado.

Mas cá estou. Aqui.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Direto da pequena cidade de Twin Peaks

Terminado a maratona do box da segunda (e última) temporada lendária série "Twin Peaks", que pra quem não se lembra é aquela do "quem matou Laura Palmer?", pesco uma frase do personagem Dale Cooper, Agente do FBI (éfibiai), responsável pela investigação do assassinato:

"O homem que não ama facilmente, ama demais".

A frase eu catei, mas a colocação dela aqui, deu-se por sugestão da leitora Thais, a Babilda.


segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Novamente Dino

Eu disse a vocês que Dino também é cultura, não disse? Logo depois de um post de video pornográfico ele nos presenteia com isso aqui:

DICIONÁRIO DE FILMES BRASILEIROS

Dicionário de Filmes Brasileiros é o mais completo levantamento já feito sobre a filmografia brasileira de longa-metragem.

Fruto de 4 anos de pesquisa, o dicionário nos remete aos primórdios do Cinema Brasileiro em 1908, aos filmes mudos das décadas de 10/20, aos filmusicais dos anos 30, às chanchadas da Atlântida, ao profissionalismo da Vera-Cruz e Maristela, ao Cinema Novo, às Pornochanchadas, ao fundo do poço com o Explícito, e, finalmente, a retomada, com sinopses bem elaboradas, que informam a ficha completa do filme, seus técnicos, o elenco, o argumento, as premiações, os comentários, as curiosidades, enfim, tudo que foi possível informar nesse incrível e árduo trabalho de pesquisa que catalogou 3.883 filmes brasileiros.

A partir de agora, os profissionais da área e público em geral terão nas mãos importante ferramenta de trabalho, obra de referência, que vem suprir uma lacuna inexplicavelmente existente até então no mercado editorial brasileiro.

Para baixar: Arquivo PDF
Arquivo Rar

Preciso nem de dizer que todos os créditos devem ser dados ao Dino.

sábado, 18 de agosto de 2007

Quem assim como eu está com seus vinte e poucos anos, cresceu escutando falar sobre "o filme pornô da Xuxa", e claro, fantasiando sobre ele. Eu tinha um amigo que jurava que seu pai tinha o vhs em casa, mas nunca pôs o cassete na roda. O tão falado filme pornô da Xuxa era praticamente uma lenda urbana.

Depois de um tempo deixei de crer em sua existência, assim como já fizera com o Papai Noel e a loira fantasma que aparecia nos banheiros da escola. Mais tarde, descobri que realmente existia o filme, mas não era pornô. Tratava-se de "Amor estranho amor", filme de um dos diretores mais importantes do cinema brasileiro, o paulistano Walter Hugo Khouri. A história tinha como protagonistas principais Tarcísio Meira e Vera Fischer, e Xuxa, era recheio do filme, protagonizando algumas cenas de sexo com um ator de 12 anos. Daí a celeuma em torno do filme.

O certo é que uma das histórias em torno do filme, é que Xuxa havia travado uma batalha na justiça pra proibir a veiculação da fita nas locadoras, pois não queria ver sua então imagem de rainha do mundo infantil, associada ao catraco com o menino no filme de Khouri.

Não sei até que ponto isso é verdade, mas nesse sábado a noite o assunto deu uma clareada pra mim. Sabe como é, madrugada de sábado, msn tem quase ninguém, a gente navega, navega e navega e cai aonde? Na boa e velha pornografia digital. E em termos de pornografia digital, sempre quem salva é o Dino, com suas sequências de filmes e capturas de imagens sensacionais. Já falei dele nesse post aqui.

Mas então, Dino também é cultura. Digo isso sem ironia alguma alguma. Dino está para a pornografia digital, assim como Silvio Santos e Chacrinha estão para televisão brasileira. Caindo no site dele, me deparei com os links para download das cenas da Xuxa com o menino. Isso não é novidade, já que tem tempo que essas cenas rolam por aí. Mas Dino vai além do cinco contra um e posta um video em que Xuxa conta ao apresentador Amaury Jr, o porque da pendenga judicial com os produtores do filme. Imagem rara, nunca a vi se pronunciar sobre o assunto. Segundo ela, depois que passou a fazer sucesso como apresentadora os produtores passaram a distribuir o filme com ela na capa. Como ela nao era protagonista, meteu os produtores no pau(sem trocadilhos). Pelo menos foi isso que entendi, já que imagem e som estão muito ruins. Sei não hein? Abaixo o video:



Cliquem aqui caso queiram baixar as cenas de Xuxa no filme "Amor estranho amor".

*Em tempo: nesse mesmo link em que você pode baixar as cenas e ver a predileção de Xuxa pelos baixinhos, lê-se também um texto que conta que o ator Mario Ribeiro, hoje com 38 anos é o novo contratado da produtora Brasileirinhas. "Aos 38 anos, Marcelo diz que se sente preparado para protagonizar um filme pornô. 'Se aos 12 anos eu fiz nu com Xuxa e Vera Fischer, porque não faria agora?', pondera''. Manda bronca fera.

*De lambuja:

Abaixo, Xuxa na Tv Manchete, começo de carreira no saudoso "Clube da Criança". No início do video ela come a molecada no esporro, mas depois tenta se redimir: "me desculpa por gritar com vocês? é porque senão demora a fazer a brincadeirinha". Humildade de rainha, diz aí gente?

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A fruta não cai longe do pé

*Da série quase todo clichê é verdade.

Segue mais uma do Amaury. Ou melhor, do programa dele.

To assistindo aqui o lançamento de um perfume, numa festa com ricaços de nariz vermelho e muito brilho. A estagiária do Amaury Jr pergunta a uma socialaite: "Qual perfume você prefere no homem?"

A granfina responde: "Eu gosto é de cheiro de homem mesmo. Não Gosto de perfume não".

Aí, meu pai, que no momento está rasgando um monte de documentos aqui atrás de mim e antes, passou horas no telefone numa conversa muito estranha, solta: "É isso aí meu filho, mulher gosta de cheiro de homem".

Eu respondo: "É isso, aí pai. Por isso eu não uso perfume".

Gordo não pode

Sentado na sala de espera, faço a leitura diagonal das revistas. Entre Vejas, Istoés, Contigos e Caras, avisto uma que não conhecia, Médicos. Leio no editorial que a revista é direcionada para o público médico. Enfim.

Folha vai, folha vem, me interesso por uma entrevista com Ney Matogrosso. Depois, vejo uma matéria, de famosos e vips, falando da importância do remédio Xenical, para a boa forma que eles exibem. Xenical que geral sabe, dá ca-ga-nei-ra e geral emagrece. Coloquei a palavra matéria em itálico, porque desconsidero que seja uma matéria bem apurada, duas ou três folhas de revista com fotos de famosos e apenas aspas de suas declarações.

Então, pesquei uma do cara-ae-da-foto, Amaury Jr.

"Vivo da minha imagem com muitos anos de trabalho, e o telespectador não merece ver um gordo na televisão".

Muito grosseiro.

E ele deve babar um ovo do Jô Soares né?

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Enfim, o fim.

Caminhando pelo belo gramado do cemitério, olho as lápides. Uma me chama atenção, nascida em 1897 e morta em 1987, viveu bastante a mulher. "Será que era bonita ela?", é a primeira coisa que eu penso.

Diante da cova, todos em volta. A viúva me abre um sorriso que eu não pude lhe dar. Está conformada. "O povo crente é assim porque nós cremos na salvação", disse o meu coroa. Ele também é crente. E otimista também. Eu também creio na salvação, só não sei se estou nos planos dela.

Que inveja!

Cinco coveiros esperam a última resenha dos pastores. Os hinos começam a serem cantados, um deles, o preferido do amigo que já está no fundo da cova.

Triste a profissão do coveiro. É dela a última palavra. A última pá de cal. Depois da ação deles, aí sim, o final. Os cinco rapazes não parecem melancólicos por isso. Que bom. Trabalho é trabalho, alguém disse que ele dignifica os homens.

Poético o trabalho dos coveiros.

O caixão é tapado. Espero a terceira pá de areia. Desço com o coroa. Atravessando a rua, cada um com sua lata de guaraná, dissemos estalando o alumínio: "Ao nosso amigo".

Era o coroa mais sangue bom do prédio.
Pule de dez dos sangue bons. Deixa o legado que só os boas gente, deixam.

Na última vez que nos encontramos, perguntei como ele estava, me repondeu o de sempre.
"Estou bem, mas não como você. Um dia eu chego lá".

Que nada. Ele já teve dias iguais aos meus e outros tantos melhores. Até alguns de seus últimos anos de vida, possivelmente, podem ter sido melhores que os meus.

Gente boa era esse coroa.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Na mesa do almoço - Parte 2

Essa história é baseada em fatos banais (e reais). Conta um amigo meu, cujo a irmã mudava de namorado de mês em mês, que um dia ela chega em casa, com um cara que só de você olhar já diz: "Vagabundo nato, quer nada com a vida".

O pai dele, um coroa meio, vamos dizer, rabugento e macaco velho que era perguntou ao candidato a genro: "Vem cá meu filho, você faz o que da vida?". O cara meio gago responde que estudava veterinária e o coroa, percebendo a gagueira, pressente que tinha lorota na parada.

"Faz veterinária aonde?"

"Na Candido Mendes".

O coroa se deu satisfeito com a resposta por 10 segundos e logo depois, caiu a ficha.

"Vem cá rapaz, na Candido Mendes não tem veterinária".

O moço com o corpo tremendo mais que terremoto, cede de tudo.

"Pô o senhor me desculpa, mas olha só, eu AMO sua filha".

O coroa dá aquele suspiro, como se dissesse, "mais um looser candidato a meu genro" e emenda: "Tá, tá bom meu filho, vai lá, vai lá. Precisa se explicar não".

Era melhor meter a real do cara do post anterior.

terça-feira, 31 de julho de 2007

O Rei Roberto

Publicado originalmente em O Samba.

Conta minha mãe que, quando eu era bebê, me embalava cantando “Todo menino é um rei” (Zé Luiz e Nelson Rufino). Já nessa época, eu dormia tarde e teimava em varar a madrugada. Mais velho, com 12, 13 anos, escutava o programa de Washington Rodrigues e Hilton Abihian, na Rádio Globo, depois de meia-noite. Foi nele que ouvi pela primeira vez o nome de Roberto Ribeiro. Noticiavam seu falecimento.

Meu pai disse: “Grande cantor, sambava muito bem”. No dia seguinte, a televisão deu pouco destaque, mas confirmavam a fala do coroa.

Já adulto, baixei “Todo menino é um rei” e, aí sim, atentei para o talento de Roberto. Baixei outros discos, pesquisei sobre ele e fiquei apaixonado pela obra do cantor. Cada música era uma descoberta, uma nova paixonite. Não sei dizer por quantos dias e horas seguidas escutei “Amor de verdade” (Flavio Moreira e Liette de Souza), assim como também não sei dizer a quantas pessoas enviei essa música e disse: “Por favor, presta atenção nessa letra”.

Quando soube que era ninado por um sucesso de Roberto Ribeiro, percebi que minha relação com ele era mais estreita do que poderia imaginar. Até goleiro do meu Fluminense ele tentou ser. E tenho tanto carinho por essa relação que só agora resolvi escrever algo sobre ele. Madrugada dessas (de novo ela), ele pintou cantando “Vazio” (Nelson Rufino) e me encheu de coragem.

Pego o lápis e tento dar o meu melhor. O negão merece. Arrisco-me a dizer que é o maior cantor de samba e, para mim, um dos melhores que o Brasil já teve. É arrepiante ouvi-lo cantar “Jongo do irmão café” (Wilson Moreira e Nei Lopes) e “Ginga Angola” (Nei Lopes). Dá praticamente para sentir o cheiro da senzala, a força da história negra. Como disse o amigo Thiago Dias neste blog: “Esse Roberto Ribeiro sabe escolher repertório, hein?”. Sabe sim. Estão lá Nei Lopes, Nelson Rufino, Silas de Oliveira, Délcio Carvalho, Chico Buarque, Dona Ivone Lara.

Quando eu disse que, ao dar de cara com a obra de Roberto Ribeiro, cada música era uma descoberta, não era exagero. Já escutei “Vazio” muitas vezes, mas redescobri-a nessa madrugada. A música me disse muitas coisas. Entre elas, que Roberto Ribeiro não canta, ele diz. Pra mim, se tem um Roberto que é rei, o sobrenome dele é Ribeiro.

sábado, 21 de julho de 2007

Na mesa do almoço

Sogro: "Mas me diz filho, o que é que você pretende fazer no futuro?"

Namorado: "No futuro o que eu pretendo é passar o máximo de tempo ao lado da sua filha, senhor".

O rapaz é Lloyd Dobler, personagem de John Cusack em "Digam o que quiserem (Say anything...)"(1989), época que ainda se faziam bons filmes adolescentes.

Em tempo, essa eu vou mandar pro meu sogro.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Revisitando Gattaca

Tem dias que a gente se pega dando aquela arrumada no quarto e esbarra em alguns cds, que em determinada época você escutava incessantemente no último volume. Aí você tira a poeira da capa e soca o disco no som, e quando você lembra o bem que aquilo te faz, hoje, no presente, também acaba fazendo um bem danado.

Tive essa sensação domingo de madrugada, ao ligar a tv e dar de cara com "Gattaca", uma das melhores ficções científicas da história recente do cinema. Nelson Rodrigues nos aconselhou a ler os melhores livros várias vezes, penso que devemos fazer o mesmo com os filmes. A história protagonizada por Ethan Hawke e Uma Thurman é uma bela provocação, a começar pela frase dita no início: "Em um futuro não muito distante".


Nesse futuro próximo as pessoas são valorizadas pela sua estrutura genética. Seres humanos concebidos em laboratório são gerados sem qualquer chance de ter algum tipo de "deficiência" e os concebidos de forma natural, obviamente mais propensos a alguma falha nos gens, são chamados inválidos. O simples fato da pessoa usar óculos , por exemplo, é considerada falha grave. Nos primeiros minutos de filme o personagem de Ethan diz: "Agora faço parte de uma nova classe social que não são discriminados pela cor da pele. Agora somos discriminados a nível de testes científicos".

A história é sobre a luta desse personagem para provar que as pessoas "geneticamente inferiores" são tão capazes quanto os "superiores". O preconceito e a exclusão são praticadas abertamente pelas instituições, só há espaço para um tipo de pessoa. Ao contrário de outros filmes, em "Gattaca", não se percebe o futuro pelas máquinas tecnologicamente avançadas ou por guerras apocalípticas , mas sim pelo rumo que tomou a convivência das pessoas, em que ponto chegou a tolerância por determinados tipos de diferenças.

"Gattaca" é sutil, não diz nada escancaradamente. Faz com que você pense, não subestima o espectador. Aí é o seguinte, como se passa num futuro não muito distante, qualquer semelhança com a realidade...

Nunca é demais reler, escutar ou ver, coisas que nos fizeram muito bem um dia. Tem coisas que a gente deixa pra trás não sabemos bem porque, mas sabemos que elas fazem falta.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Cala a boca Neto


Ídolo do Corinthians nos anos 90, Neto, sempre foi um jogador envolvido em polêmicas, o que não nos privou de por algum tempo vê-lo praticar um belo futebol e ver belos gols saídos de sua canhota. Há mais ou menos dez anos ele apresenta uma carreira estável como comentarista esportivo, e vive transitando vezes na Record vezes na Bandeirantes, onde já está faz um tempo.

Apesar de alguns erros de português e alguns comentários motivados pela emoção e a implicância gratuita, Neto não é de todo ruim. Como jogou futebol e bem, faz alguns comentários técnicos pertinentes.

Mas vamos e venhamos, Neto fala muita, mas muita besteira, como o comentário que irei reproduzir agora, feito no jogo Brasil e Espanha, válido pelo mundial Sub-20:

"Essa seleção sub-20 tem muitos talentos, o Pato e Jô, por exemplo, mas sabe o que ela me lembra? Me lembra índio". Colocação preconceituosa e racista. Neto se referia a organização da seleção em campo que é uma verdadeira bagunça.

Eu lembro até de professores fazendo esse tipo de colocação na escola, no meio da fuzarca da turma, se referir aos alunos como "bando de índios". O ritual bonito e tradicional indígena, diante de olhares preconceituosos e ignorantes, como os de Neto é tido como sinônimo de bagunça e desordem.

Lamentável escutar isso num programa veiculado no Brasil inteiro e mais ainda lamentável é, por pessoas despreparadas para darem uma de comunicadores.

"

terça-feira, 3 de julho de 2007

Uma tarde com Fidélis

A caravana saiu com lotação máxima. No banco detrás do Fiat-Uno, havia quatro cabeças. Verdadeira lata de sardinha. Piloto e co-piloto na frente, mapa impresso. Foi assim que o time saiu jogando, rumo à quadra do “Quilombo”, na Fazenda Botafogo, a fim de curtir a primeira roda de samba da retomada da escola.

Enfermo, Mestre Paulinho, responsável pela bateria da escola, não compareceu. Fora isso, o toró que caiu à tarde no Rio de Janeiro minou de vez os planos da atividade quilombola. Como os poucos que compareceram não vieram no mundo a passeio, foi improvisada uma roda de samba na varanda de um bar.

Pimenta na garrafa surrada de Pirassununga, angu e cachaça pra proteger do frio e forrar o estômago. Um repique frouxo, um banjo e a palma da mão era todo o instrumentário, e quem sabia acompanhava no gogó. Nada demais, se o bandolinista não fosse Fidélis Marques, um dos compositores da retomada do Quilombo. Era o canhoto primo de Arlindo Cruz que ditava o ritmo da mesa, amparado com um caderninho cheio de clássicos do samba e algumas composições de sua autoria.

Alguém me cutuca e diz: “Escuta isso”. Era um arranjo lindo e pertencia a “Sorriso de um banjo”, de Fidélis com Bira da Vila e Melodia Costa, um sucesso da voz potente de Jovelina Pérola Negra. No dia da gravação da música ele não foi encontrado, sendo assim, o arranjo esmerado ficou de fora da introdução.

A parceria com Bira é prolífera, os dois têm vários sambas juntos. “Geralmente eu faço a letra e dou ao Bira. Às vezes até esqueço, aí do nada ele vem e aparece coma música”. Fidélis conta que tocou “Sorriso de um banjo” em vários festivais, principalmente no Espírito Santo e conta que a Cassiana, filha de Jovelina voltou de lá impressionada, pois a platéia capixaba cantava animada sua canção.

Fidélis ali, sentado à mesa, era o compositor de uma canção que eu considero um dos clássicos da história recente do samba. Despido de estrelismo e limpo de importância, que compôs uma canção que eu cantarolei muitas vezes aos berros em casa e escuto num volume maior ainda.

É porque as coisas boas do samba são assim, como as da vida, simples e facinhas, facinhas.


Publicado originalmente em O Samba

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Pela rua



Olha o picareta se apropriando do nome da Rainha das Águas para praticar a pilantragem. Como se não bastasse, ainda brinca nos erros de português.

Eta lelê.

sábado, 30 de junho de 2007

Velhos hábitos

A noite anterior foi boa, assisti um belo filme, "Estamira", com excelente companhia. Acordo tarde sábado e antes mesmo de almoçar, saio pra dar uma suada. Muito trancado em casa, estudando e emécene pra variar. O ponteiro bate 99 quilogramas.

Sedentário. Só tenho saído de casa pra engordar e volto. Cerveja e podrão.

Então, fui caminhar. Resolvo ir pela beira da praia. Admito: a melhor coisa de Niterói é a vista do Rio Janeiro. Como sou de Caxias, fala isso sem dó e com nenhuma piedade. Uma delícia, o sol queimando na cara, retomo as forças novamente. Avisto um amigo que não vejo há anos brincando de altinho, mas antes que ele possa me ver, meu celular toca. Enquanto converso ele me percebe e diz: "Fala Thales, tá parecendo um americano na praia hein?".

Quando me olho, de fato: camisa da Naique, bermuda off-praia, tênis de futebol society e falando no celular. Um americano da Baixada Fluminense, radicado em Niterói. Que estáile, que style.

Voltando a companhia do filme, sobre mim, um dia antes, tinha observado o seguinte: "Você é uma pessoa que não tem um estilo né? Taí, isso que é maneiro, seu estilo é sem-estilo".

Estilo dá um certo trabalho. E não tê-lo também. Dá trabalho explicar.

Enfim, tudo isso me lembra o verso de uma música do Mick Jagger: "Old habits die hard.."

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Agora sim

Meses atrás postei aqui sobre o FAVELOX, um serviço de internet mais popular, digamos assim, como o já lendário GATONET de tv a cabo. Pois é, meses depois o serviço já está sacramentado, soube disso hoje de tarde, via msn:

EU TOW TRANQUILAUM... diz:
FAVELOX....
Thalito:
é nóis mané
Thalito:
como vc está meu camarada?

EU TOW TRANQUILAUM... diz:
TRANQUILAUM... GRAÇAS A DEUS!!!!
EU TOW TRANQUILAUM... diz:
AGORA É FAVELOX....
EU TOW TRANQUILAUM... diz:
risosssssssssss....
Thalito:
ah leske

EU TOW TRANQUILAUM... diz:
tow com a net via radio....
EU TOW TRANQUILAUM... diz:
É O MUNDO SE ACABANDO....
Thalito:
ta vendo
Thalito:
o bagulho é de verdade ou nao é?
EU TOW TRANQUILAUM... diz:
RISOSSSSSSSSSSSS.... TA VENDO...

sábado, 16 de junho de 2007

Par Perfeito

Achei esse link num fotolog, se quiser tentar a sorte clique aqui.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Encontros Históricos

Primeiro Elizeth Cardoso recebe Mestre Cartola, no palco da TV Record.




E toda bossa de Wilson Simonal recepcionando Sara Vaughan na TV Cultura.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Dançando tango na horizontal


O dia dos namorados já passou. Recebi esse panfleto ontem, resolvi dividir com a meia dúzia que vem aqui. Vou dizer que gostei hein? A Lojinha é bacana, aconselho o gelzinho pro açaí na tijela e pro karaokê.

Vou gastar sessentinha, pena que não tenho ninguém pra levar.
Vai minha mãe mesmo.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Concurso de Kátia--Site Nadaver.com

O excelente Victor Mazzei do hilário Nadaver.com, lançou o concurso Seja um pai para Kátia e eu mandei a minha.

domingo, 10 de junho de 2007

Toda fé tricolor

Meses atrás escrevi um post sobre minha fé, sobre como lido com ela e da oração do copo com água que fiz com o pastor da Igreja Universal. A oração era de cura, e ao mesmo tempo que eu pedia pela minha coluna, pedia também pelo meu time. Dois meses depois a minha coluna tá mais ou menos, mas meu Fluminense...Tirei essa foto numa tarde na Praça 15, por algum motivo ela saiu assim
Justiça seja feita, a oração do copo com água foi tiro e queda.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Ritmo de um sonho



You know it´s hard out here for a pimp

When you tryin'to get this money for the rent
For the Cadillacs and gas money rent
Will have a whole lot of bitches jumpin'ship

A estrofe não é do 50 cent e nem do Snoopy Dog, é o refrão de "It's Hard Out Here For A Pimp", do cafetão DJay que aspira ser um rapper em "Ritmo de um sonho"(Hustle & Flow), escrito e dirigido por Craig Brewer. Produzido com dinheiro do próprio bolso por John Sigleton, do fundamental "Os donos da rua", o projeto demorou a engrenar por falta de financiamento. Depois de papar o prêmio do público no Festival de Sundance em 2005, duas grandes distribuidoras compraram os direitos do filme e assim chegou o sucesso.

Trancado em casa por conta do domingo chuvoso, peguei o dvd na locadora. Terminada a sessão a certeza de um filme excelente. Apesar de ter um cafetão como personagem principal e o rap como trilha sonora, a história anda na contramão dos filmes que se passam nos guetos americanos e têm a violência e a droga como protagonistas principais. Com atuação de gala, Terence Howard interpreta o pimp do filme e teve uma merecida indicação para o Oscar. Ele provoca tal empatia com o público que não tem como você não abraçar a causa do personagem. Ele mesmo canta(e bem) as canções do filme. Já na cena inicial Terence diz a que veio. Um monólogo sensacional que já faz você ficar ligado que vem coisa boa.

O maior mérito do roteiro é demistificar a profissão do pimp americano, tão glamourizada ultimamente nas letras de rap. DJay não é cercado de belas mulheres e nem de carros possantes, é um homem que tinha um sonho e no meio do caminho esqueceu disso. Amparado por amigos e por suas funcionárias, ele volta a pensar no que ficou pra trás e vê-se lutando pelo sonho de se tornar um cantor de rap.

O ambiente do filme é Memphis, terra de Craig Brewster e de Elvis Presley. Malandramente o diretor não faz menção alguma ao Rei do Rock e se concentra no que se passa realmente nas ruas da cidade, onde rapazes produzem suas músicas em estúdios precários caseiros e vendem suas fitas em drive-ins. A letra de "It's Hard Out Here For A Pimp"(Oscar de melhor canção), por exemplo, foi composta por Al Kapone, um rapper minhoca da terra que vende suas fitas demo no peito e na raça pelas ruas de Memphis. Craig é um diretor provinciano (no bom sentido), a cidade está pra ele assim como Nova York está para Spike Lee e Woody Allen. Fez seus primeiros filmes em câmera digital, um deles sobre ladrões de carro da cidade. Em certa altura um personagem diz:

"O rap está voltando pra casa, pro sul. Foi aqui que tudo começou.Percussão pesada, refrões repetitivos, letras sexualmente sugestivas. É tudo blues meu irmão. Desde 'Back door Man' até 'Back the ass up' tem tudo a ver com dor e vagina.Todo homem tem o direito, a porcaria do
direito de contribuir com um verso".

Vale também um confere nos extras do dvd. Lá se encontra além do processo de criação e produção do filme, um panorama do que foi a cena musical de Memphis nos anos 60 e 70 que ajuda em muito na compreensão da história.

"Ritmo de um sonho" é um belo filme. Criativo, sensível e urbano.

domingo, 3 de junho de 2007

Filosofia

Na portaria do meu prédio sempre tem panfletos de divulgação, hoje peguei esse aí. Achei a foto demais. Parece o Ken do Street Fighter num retiro espiritual treinando pra soltar o Hadouken. Se eu fosse me encontrar fazendo um curso de filosofia "à maneira clássica", acho que essa fotinha mataria meu desejo. Não passava nem na porta. Parece um flyer de curso de auto-ajuda, algo do tipo.

Ah, os temas do curso são: O homem e os cosmos, A Índia Milenar, A moral no Egito, A tradição no Tibet, A filosofia budista, Tradição na Grécia, A sabedoria chinesa, O saber romano, O sentido da história e da mitologia.

Quem se interessar eu passo o telefone.

Spam

Recebi por email, será que procede? Leiam aí.

EU NÃO SABIA, E VOCÊ?

Diz-se:

Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão...

Enquanto o correto é: Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão...

No popular se diz:

Cor de burro quando foge

O correto é: Corro de burro quando foge!

Outro que no popular todo mundo erra: quem tem boca vai a Roma

O correto é: Quem tem boca vaia Roma

Outro que todo mundo diz errado:

- Cuspido e escarrado

- quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.

Correto é: Esculpido em Carrara (Carrara é um tipo de mármore)

Mais um famoso...

Quem não tem cão, caça com gato...

O correto é: - Quem não tem cão, caça como gato... Ou seja, sozinho!

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Picaretólogos

Intervalo de jogo no Maracanã, entre uma Itaipava e outra, surge o diálogo:

Eu: E aí cara, tá atendendo em Caxias?
Cara: É, já atendi em Copa também, mas fiquei sem cliente, tive que fechar.

-É mesmo? Que pena.
-Foda! Comigo o cara tá curado em 2 meses, não consigo ficar enrolando o cara não.

-Tá vendo? Neguin faz isso direto né?
-É cara, mas eu não consigo, muita sacanagem.

-A parada é a vera mesmo.
-Eu boto logo a real: "meu amigo a vida é assim. não tem jeito". Rapidinho o cara tá pronto pra outra.

-Eu acho que o primeiro passo pro cara dar jeito na vida, é saber que felicidade, dessa forma plena que dizem, não existe. Só em novela mesmo.
-Claro.

-Foda isso. Tem psicológo que enrola o cara anos.
-É rapá. Mas não consigo fazer isso não.

-To ligado, você é um cara honesto. Vagabundo de morro.
-Tá vendo.

O jogo foi 1 a 1, semana que vem é a final decisiva.

Que o Flu seja o primeiro campeão nacional do ano.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Separados no nascimento?

Como eu já disse em outro post, sou um homem de fé, e volta e meia assisto ao programa Fala que eu te escuto, da Igreja Universal do Reino de Deus. É bem verdade que assisto mais por uma questão didática que por questões de fé.

O que sei, é que tem um pastor que é cara do diretor de cinema americano David Lynch. Nunca dividi isso com ninguém, mas esses dias me bateu essa vontade. Eu tinha acabado de assistir Duna, do Lynch, troquei de canal e dei de cara com o pastor. Eis o sinal. Peguei a máquina e bati uma foto da tv.

Eu vejo muita semelhança, sobretudo quando o Lynch era mais novo. Como não achei foto dele mais jovem, façam um esforço para vê-lo com menos idade...hehe.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

O Morto e o enterrado


Depois de eliminar o Botafogo da Copa do Brasil, o lateral Ruy (o Cabeção), foi abordado com a seguinte pergunta pelo repórter da Rádio Globo.

"Ruy, você dedica essa vitória a quem?"

"Ao meu pai, que morreu tem um mês"

"E você quer mandar um alô pra ele?"

Instala-se um silêncio constragedor na programação do Globo Esportivo.

Vejam a carinha do treinador botafoguense Cuca, após o gol que eliminou o time da estrela solitária da competição.

Vale a pena até pra quem não gosta de futebol.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Bochechando

Vejo agora no programa da Adriane Galisteu, que tem uma nova moda estética, a lipoaspiração de bochecha. Se os marmanjos com cara de buldogue velho quiserem aderir, é com eles mesmo. Mas se a moda pega entre as mulheres, ah, que pena.

Será que as adoráveis bochechas de bolachinha vão entrar em processo de extinção? Tomara que não, são muito boas de morder.

Como eu gosto de uma bochecha de bolacha!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Com papas na língua



Chamada no site do Terra: "O Papa já está no espaço aéreo brasileiro". Putz!

Eu já vi muito papa:
Papa-tudo
Papa Nicolau
Papa Don´t preach
Papa-Léguas
Papa amarela
Papa de bebê
Papagaio
Papa anjo
Papa João Paulo

Mas esse Papa Ratznger Bento 16, ai...ai....ai.....
que mala.

sábado, 5 de maio de 2007

Quando era menó de idade, meu pai viajava muito a trabalho e vez ou outra ele perguntava:"papai vai viajar esse final de semana, quer ir com papai? Se der a gente passa em Porciúncula, na casa do seu avô e depois passa em Natividade na casa dos seus padrinhos". Era assim mesmo, na terceira pessoa que ele falava, aliás, até hoje é assim. Mesmo com 25 anos e a cara cheia de pêlos ele ainda diz: "Filho, amanhã papai sai de manhã, mas almoço em casa".

De vez em quando eu gostava de ir. Adorava a casa do meu avô e mais ainda a dos meus padrinhos, onde embaixo da casa tinha um bar que eles tocavam e me regavam no chiclete e no batom de chocolate. Meu coroa, assim como eu, nunca aprendeu a dirigir e sempre algum amigo dele tocava o carango. Geralmente quatro se revezavam nessa função. Tinha o Jorge Sá, um negão boa pinta, assim como eu sou hoje(?), que ninguém sabia porque tinha apelido de "Rosa Branca". Havia o Silas, que era motorista de ambulância e só andava de 140km/h pra cima, cortando tudo que é carro na curvas, como se no banco de trás não houvesse uma criança de nove, dez anos. Tio Eliseu, que tinha uma banca de camelô e um trailler de lanches em Duque de Caxias (onde nasci e fui criado) e dizia sem papas na língua pra quem quisesse ouvir: "Quero ver me roubar lá. Eles sabem que se eles me roubarem, eles morrem". Não sei porque, mas eu olhava pro tio Eliseu e pensava: "Quero ser que nem ele, estilo Charles Bronson".

Mas o que eu mais gostava era o seu Gouvêa. Era estilo pimpão. Simpatia pura. Sempre dava um jeito de me encaixar nos papos. Assim como os outros condutores e meu pai, tio Gouvêa era ferroviário, e mais, era tricolor. Sempre que me via, abraçava forte, tacava um beijo molhado, fazendo uma poça d'água na testa e dizia: "Thalessssss, Thalessssss como é que vai nosso Fluminense?". Sempre foi um homem culto, pintava quadros e gostava de cantar. Gostava não, gosta. Há uns anos gravou um disco, com muitas canções fazendo referência as maravilhas de sua querida Niterói.

Numa dessas viagens, tive o prazer de ver ele cantar no bar do meu padrinho. Eu achava bacana o estilo dele. Tirava os óculos e segurava com as duas mãos, barriga entre as pernas, queixo apontado pra lua e soltava a voz. Numa dessas vezes, meu pai (debochadamente) chamou um rapaz local-da-área que tinha fama de cantar e tocar bem violão: "Aí Gouvêa, o garoto canta bem". O garoto pegou a viola e soltou a voz. Eu que devia ter uns 10 anos, pensei: "Que audácia esse otário cantar na frente do tio Gouvêa. É a mesma coisa o Zé das Couves querer jogar bola na frente do Pelé". O tio, elegantemente disse ao rapaz: "Você canta bem. Mas você toca qualquer música?". O rapaz:"Não senhor, toco mais essas músicas caipiras, aqui da região mesmo". Então ele deu a dica: "Olha só, quem toca bem violão toca qualquer coisa, tenta variar mais. Se alguém te pedir pra tocar alguma coisa do Nelson Gonçalves, uma seresta, como você vai fazer?".

Esse ano, tio Gouvêa nos presenteou com seu mais novo trabalho, chamado A noite do meu bem-Apenas canções de amor e nada mais. O título do disco é uma canção que foi sucesso na voz de Dolores Duran. Como fez o disco com recursos próprios, digamos que a produção não é lá essas coisas. Rola um tecladinho em algumas músicas, que faz lembrar show de churrascaria. Mas isso não afeta a performance de Emanuel Gouvêa, que além de ter um vozeirão, sabe escolher repertório.

São 17 faixas de compositores do naipe de Herivelto Martins, Lupicinio Rodrigues, Paulo Vanzolini, Pixinguinha, Paulo Cesar Pinheiro, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Ataulpho Alves. Deixo aqui pra vocês baixarem duas que eu considerei as melhores interpretações.

*A volta do boêmio, defendida por seu Gouvêa com muita raça.
*Meus Tempos de criança, canção necessária de Ataulpho Alves, arrepiante e lacrimeja os olhos de qualquer um que tem carinho pelos seus tempos de infância.

Seu Gouvêa é daquelas figuras que vale a pena você dividir algumas cervejas.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

O (ex) vermelho e o negro

Uma pausa pra gente rever uma cena do filme "White Nights"(1985), em que ator Gregory Hines ensaia uma coreografia ao lado do genial bailarino russo Mikhail Baryshnikov. O Filme eu acho fraco, mas essa cena é muito bonita. Gregory era negro e californiano, exímio sapateador e dançarino. Baryshnikov dispensa comentários, se não sabe quem é, deixa o msn 5 minutinhos e dá aquela googada.



Lobisomem

Meu pai, mineiro da gema, me conta uma história dos seus tempos de roça, que tem como protagonista Zé Pretinho, que além de ser uma grande figura, era também grande bebedor de caninha.

"Na quaresma o povo tinha mania de andar com uma foice, pra pegar lobisomem. Eles punham um prego na foice pro lobisomem não pegar". E foi num tempo desses de quaresma que Zé Pretinho foi andando pela estrada e bêbado como uma gambá, ficou na moitinha largando um barro. Foi quando passou um grupo de meninos, indo trabalhar na lavoura e o destino do Zé foi traçado.

"Quando a garotada passou o Zé gaiato que era, deu um urro, pra espantar os meninos. Um garoto com a foice deu em cima da moita e jogou sangue pra tudo que é lado".

O menino chegou em casa e como quem tivesse feito uma boa ação, disse ao pai:
"Papai, papai olha minha foice. Quebrei o encanto do lobisomem"

terça-feira, 24 de abril de 2007

Frases bacanas

Algumas frases bacanas que vi nos meus contatos de msn essa semana. Vez ou outra, postarei outras.

"SOU MELHOR QUE AS PESSOAS PENSAM ,PIOR DO QUE ELAS IMAGINAM.CRITICAS NAO ME ABALAM ,ELOGIOS NAO ME ATINGEM."

"saldades d uma girl special pla min q a mtu tempo tempo naum vjo!"

"Alemão aquariano, rebelde e administrador igual a mim ..........só falta eu ser dona de 1 milhão........."

"Eu tenho um grande amor!"

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Além do GatoNet

Na fila da Casa & Video -que nao sei por que, me lembra as Casas Pernambucanas- com um amigo morador do bairro do Salgueiro, São Gonçalo.

Eu: Tá sumido do msn cara.
Amigo: To sem computador, tenho que comprar outro

Eu: Ah tá.
Amigo: Viaja mané, ta rolando um faVelox lá na área, ta ligado?

Eu: Ah é? Maneiro hein?
Amigo: Tá ligado né?

Eu: É tipo Gatonet?
Amigo: Mais ou menos, esse é a rádio.

Eu: Mas lá tem Gatonet?
Amigo: Tem sim, mas não vou botar

Eu: Por quê?
Amigo: Porque o Gatonet quem controla são os caras. E eu não quero nada com eles não.

Eu: To ligado.
Amigo: Ta vendo né? Mó neurose.

sábado, 21 de abril de 2007

Presidente Coração de ouro

Abro a caixa de emails e meu chapa do Around Venus, me comunica que Lula, nosso presidente, fará de Mangabeira Unger seu mais novo ministro. O chapa ainda diz (mas sem muita certeza), que Mangabeira continuaria morando nos EUA, onde é professor na faculdade de Harvard.

Mangabeira chegou a ensaiar uma candidatura a presidência nas últimas eleições, mas não vingou. Ele que já tinha sido coordenador da campanha de Ciro Gomes em 2002, gravou até alguns programas para a tv, em que ele falava das suas intenções de chegar ao palácio do planalto. Caetano Veloso, assinou embaixo, e disse que Mangabeira poderia parecer estrangeiro, mas no momento, ninguém lhe parecia mais brasileiro. A observação de Caê, dá-se devido ao sotaque de gringo, bastante carregado com que Mangabeira fala. Uma mistura de Henry Sobel com Inri Cristo.

Vejam aqui, o video da "campanha" do professor, que entre outras coisas, diz a locução, ser Mangabeira o pensador brasileiro mais respeitado no mundo.

Com o anúncio do novo ministro, Lula prova que tem bom coração. Mangabeira não foi só um dos críticos mais ferozes do governo, mas chegou a dizer em artigo na Folha de São Paulo, que "...o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos " .

Vejamos aonde vai parar esse respeito todo agora.

Não é o primeiro que ele perdoa. Certa vez, Orestes Quércia (morto com farofa politicamente), disse que Lula não tinha competência nem para dirigir uma carrocinha de pipoca, o presidente devolveu dizendo que " pelo menos não tinha roubado a carrocinha de pipoca". Mas isso não impediu que nas últimas eleições os dois andassem de braços dados.

Lula é sangue bom.

Franklin Martins disse que Lula era um gênio para perceber a situação do país, mas que não sabia nada das insituições, e pior, não tinha o menor interesse em saber, deixando tudo na mão dos outros sem o mínimo de policiamento. Foi esse presidente desinteressado que propôs uma pasta a Franklin, e ele, claro, aceitou.

Lula tem bom coração. Só falta o Diogo Mainardi ministro.

Enquanto isso, vamos esperar o primeiro pronunciamento de Mangabeira Unger como ministro, muito atenção ao sotaque bacana.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Homem de fé

"Pegue seu copo com água e vamos orar. Coloque sua mão no lugar da enfermidade", assim disse o pastor e assim eu fiz. Peguei minha tulipa de alumínio com escudo do Fluminense, enchi de água e pus a mão na lombar(local da enfermidade).

Padeço de dor na lombar. Das sete ou oito fisioterapias que fiz, duas ou três foram nas costas. Sou um homem que tenho fé, mas não acredito em tudo. Não acredito que seja bonito, mas tenho fé na minha beleza. Tenho fé na minha cura, porém, perdi a esperança na fisioterapia. Principalmente depois que numa sessão de fisio na panturrilha, levei um choque que me doeu até o esfincter.

Resolvi dar um basta. Apostei minhas fichas no sacristão. A tulipa do Fluminense também não foi a toa. A intenção era conseguir dois milagres: um pra dor, outro para meu time.

Não deu certo, as dores continuaram. Mas nada estava perdido, sou um homem de fé. Tenho muita fé em Deus e bastante na televisão. Na legenda embaixo do pastor, tinha um número de telefone. Como sou cara de pau e tenho fé, peguei o celular e disquei. A cobrar. Se a Record pagou mais que a Globo, para obter os direitos de transmissão das olimpíadas de 2012, achei que eles não se importariam com uns pulsos de uma ligação de celular a cobrar. Mas não aceitaram.

Eu queria perguntar ao apresentador se o problema era da água ou meu. Problema de fé, eu sei que não foi. Confesso que cresci o olho, quando quis duas coisas ao mesmo tempo, mas acho que não custava fazer meu Fluzão me dar alegria. Até porque, eu ficar levantando e sentando, naquele banquinho do Maracanã, pra xingar o time, arrebenta com a minha coluna.

Descobri que na Bandeirantes, depois das 3 da manhã, rola um programa no mesmo estilo. E digo mais, não rola copo d'água. Acho que é só meter a mão no lombo, escutar a oração, ter fé na cura e sair dando pirueta, tipo paquita. Ah, também tem um telefone, e claro, se a dor não passar, vou ligar.

Justiça seja feita, se a minha dor continua, sobre o Fluminense ainda não posso falar. Quinta-feira tem o Bahia pela Copa do Brasil.

Se o Flu não decolar, aviso, vou ligar de novo. Mas dessa vez de um telefone fixo.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Semana Santa

Depois de muito bombom e carne vermelha, uma mensagem de paz!

"A dualidade da natureza de Cristo -a necessidade, tão humana, tão sobre-humana, do homem de atingir Deus- tem sido um mistério profundo e insondável para mim. Minha principal angústia e a fonte de todas minhas alegrias e sofrimentos desde a juventude tem sido a incessante, impiedosa batalha entre o espírito e a carne...e minha alma é a arena onde estes dois exércitos têm lutado".

Nikos Kazantzakis, A última tentação de Cristo

domingo, 8 de abril de 2007

Pra ficar no sapatinho

Uma pausa pra escutar boa música. Ryuichi Sakamoto é japonês, autor de trilhas sonoras de filmes como O Último Imperador e Furyo-Em nome da honra, de Bernardo Bertolucci e Nagima Oshima, respectivamente. Grande músico, ele ainda tem alguns álbuns ao lado do brasileiro Jacques Morelenbaum, dedicados a música brasileira. Nesse video ele executa ao vivo Merry Christmas Mr. Lawrence, tema de Furyo.

Show de bola!

Se você tá na bolação com alguma coisa, certamente isso aqui servirá como ardil contra o aborrecimento que te chateia.





Clica no vídeo, deita no chão e põe as perninhas pro alto.

sábado, 31 de março de 2007

O bacana Ronnie Von

Cinco anos atrás meu chapa Emiliano achou um site gringo que disponibiliza o na época cobiçadíssimo e raro Tim Maia Racional Vol. 1 e 2. Hoje em dia, qualquer soulseek e emule você encontra esse álbum, mas na época, era papo de 300 reais pra cima o preço de um vinil desses. Ainda na época da net discada ele meteu sérinho pra mim: "Ae pede pro seu camarada que tem internet de cabo pra baixar pra gente".

Num tempo que a gente baixava mp3 na raça no Kazaa e baixar discos inteiros era um sonho distante, fora o disco do Tim, demos de cara com álbuns de Cartola, Mutantes, Tom Zé e Ronnie Von. Todos álbuns raros e de difícil acesso na época.

De Cartola, Mutantes e Tom Zé, já sabíamos que vinha coisa boa. O que nao esperávamos é que Ronnie Von nos proporcionaria uma viagem psicodélica ímpar. Pra dizer a verdade o psicodelismo dos discos do Mamãe de gravata, fica por conta do que li na internet, não sei diferenciar rock psicodélico do progressivo. Ou garage rock do Rock Balboa. Rock não é minha especialidade.



O que sei, é que Ronnie Von dessa época é bom pra dedéu! E sei também que está rolando na internet um tributo de bandas independentes à obra dele que data dessa época. Aí entra o Emiliano de novo. Pois é no canto dele, mais precisamente no Around Venus, que ele fala sobre o tributo e o trabalho desse cantor que é sempre associado a uma música mais brega e populacha. Clicando aqui você entra e lê um texto repleto de informações fundamentais para o entendimento da época mais criativa do Ronnie e o por que dele ter caído num certo ostracismo e ter esse momento de sua carreira esquecido.


Perde tempo não, fera. Baixa o tributo. Baixa os discos do Ronnie Von dessa época e chama no play. Aproveita e chama aquela mina (no caso das meninas, o carinha) que você tá querendo finalizar faz tempo pra uma audição na sua máquina, apresenta a ela esse universo e sai como bambambam das novidades.

É fechar o olho e escutar, malandro!

sexta-feira, 30 de março de 2007

Com a gravata no pescoço!

"O vídeo interno mostra Sobel pegando a peça, dobrando e deixando a loja de mãos vazias, provavelmente com ela no bolso. No carro do rabino, estavam outras quatro gravatas furtadas. No total, as cincos gravatas são avaliadas em US$680. ", isso saiu hoje no Estado de São Paulo.

Sempre gostei do rabino Henry Sobel. Me pareceu ser sempre coerente e honesto, impressão que a maioria dos líderes religiosos não me passam. Ao ser abordado pelo policial americano em Palm Beach, primeiro negou que tivesse pego as gravatas, mas ao ser informado que a câmera de segurança tinha registrado a mão grande, se ofereceu para pagar as peças.

Deu mole!

O Rabino que há mais de 25 anos preside a Congressão Israelita Paulista é filho de belgas, nasceu em Portugal e é cidadão americano(de onde traz aquele sotaque bacana) e mora aqui no Brasil há 36 anos. Se tem uma coisa que temos que tirar o chapéu pra Henry Sobel é que ele é fiel as raízes. Nesse episódio ele demonstrou um pouquinho de cada canto:
1-Discreto como um belga ao sair no sapatinho da loja.
2- Burro como um português, ao não imaginar que uma loja de grife possuísse um sistema de segurança monitorado por câmeras.
3-Ambicioso e mané como um yankee, quando cresceu o olho nas gravatas e depois disse que não tinha pego nada.
4-E malandro com um brasileiro, quando tentou o desenrolo com o PM americano.

Um amigo meu disse que Henry Sobel é a cara da velhinha interpretada por Robin Willians, em uma "Uma babá quase perfeita", vejam se parece.



Machado de Assis disse: "Ao vencedor, as batatas".

Com perdão do trocadilho: Ao rabino as gravatas!

Odeio...

acordar cedo. Caio da cama hoje, são 8 da madruga e eu ligo a tv.

Ana Maria Braga mia o seguinte:"Só uma mulher sabe o que é lutar a vida inteira contra o seu cabelo".

Haja...

quarta-feira, 28 de março de 2007

Memórias de um poeteiro (parte 2)

Como prometido, vamos a segunda parte da série.


Só a incerteza é certa

estou certo
do incerto
da certeza
da certeza da vida

por que tudo que é certo
tem um grau de incerteza
pois se tudo fosse certo
não haveria a beleza da surpresa

a certeza da verdade,
do temor da ansiedade
comprova a incerteza
do que é certo

-Esse eu reli e não entendi. Sinceramente.


Quando estou deitado

Quando estou deitado
Beirando a depressão
Procuro uma canção para
Para me fazer lembrar
Que tenho que levantar
E reagir
Sem ter aonde ir
Vejo aquele filme de novo


-Eu era muito metido a falar de filme. Muito gabola, putz grilo. Eu não me lembro do momento que escrevi isso, mas tenho certeza que isso de "beirando a depressão", é uma forçação tremenda. Parece coisa dessas(es) viúvas de Kurt Cobain e do Nirvana que se amarram em curtir uma foça e acham bacana o ídolo
ter metido um caroço na têmpora.



Por trás da fumaça
De seu entorpecente que me cega
Vejo um vulto de emoções que passa
E me traz versos
Que descrevem seu íntimo
Ao ouvir sua voz pela primeira vez
Senti o som enganoso e sarcástico da esperança
E nunca mais fugirá da minha lembrança
O perfume da sua jugular


-Essa porcaria não tem nome. Eu estava apaixonado por uma maconheira, sendo assim, quis fazer a ponte. "O perfume da sua jugular", na moral, eu devia estar com muita vontade de usar a palavra jugular. Taquei aí e foi.

Vejo você...

Vejo você atravessando o trânsito
Vindo na minha direção
Mal posso esperar
Pra tocar a palma da sua mão
Adentrando nosso jardim
Procuramos o melhor banco pra sentar
Apesar dos sinais
Ainda receio te beijar
Percebo seus trejeitos de menina
Seu gestual nervoso
Mas depois do encostar das línguas

Tudo já era .....tudo é calmaria ...
Seu perfume se confunde
Com os das flores do campo
Mas nem o perfume de todas as rosas
Ofusca o seu
Cada sorriso que eu tirava de vc
Mas deslumbrado eu ficava
Anoitece.........
Maldito seja o inventor da despedida

Vejo vc indo embora

Levando consigo uma parte de mim
Na ação de sua partida


-Eu falando das flores e das rosas, achando que era Cartola né? Cada vez que acho um poema achando que é o pior de todos, aparece outro mais lamentável.


Agora acabou.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Beleza de redator

Sinopse do filme "Preferência Nacional", da produtora de video Panteras:sa Rossi com sua linda

A começar pela pequena Fabrizia Magalhães,dona de uma linda bunda que faz a primeira cena do filme com um cara. A segunda cena apresenta a espetacular loira Vanessa Rossi com sua linda e grande bunda,em uma cena com um cara. A terceira cena é com a bela morena Simone,dona de uma grande bunda e que também faz a cena com um cara. Na quarta cena a gostosa Lisa Mel e sua grande e linda bunda encaram dois caras ao mesmo tempo. Na quinta e última cena a atriz brasileira famosa internacionalmente Olívia Del rio contracena com um cara,e como é da sua característica,coloca a temperatura da cena lá no alto,mostrando que é daquelas atrizes que faz filme pornô porque gosta muito de sexo.

Lindas e grandes bundas. Ah, sempre com um cara.

Cá entre nós, deve nem ter redator lá né?

Isso aqui só vendo...



...até o fim. Não tem como descrever. Música de Maurício Tapajós.

Tem que ver até o fim.

quinta-feira, 22 de março de 2007

O mavioso Guinga

Óh só, o cara é considerado o maior compositor brasileiro nos últimos 20 anos.

Sendo assim, o maior dos que estão na ativa.

Por estar lançando seu novo trabalho, "Casa de Villa", pererecou na capa de todos os cadernos de cultura do país: O Globo, Zero Hora, JB, O Dia, Estado de Minas.

Carioca da gema, morador do agora folhetinesco Leblon, é cria do subúrbio, morando em quase todos os bairros que beiram a linha do trem.

Um esteta do violão. Sua obra é o resumo da música brasileira. Baiões, valsas, choros, sambas. É pau pra toda obra, ném.

Então, vou dizer o que tá pegando, fiel. Eu bato cartão também no blog "O Samba" e é lá que o cara que to falando concedeu uma entrevista. O cara é o Guinga.

Ou melhor: Guinga é o cara. Em pleno domingo de céu de brigadeiro, ele nos recebeu (eu, Bruno Villas Boas e Emiliano Mello) e abriu o verbo. Já adianto que muita coisa que ele disse no blog, não disse nos jornais e outras me arrisco a dizer que nunca li em lugar nenhum. Sente o drama:

E a sua amizade com o Nelson Cavaquinho?
- O Nelson eu tive uma intimidade, assim, que beirava a esculhambação. A gente saía pela madrugada, ele ficava embriagado, ia ver as prostitutas. Ia nos bares de travestis ver shows, tocava músicas junto com os travestis… Quando amanhecia, o dia claro, ele queria ir para a praça Tiradentes. Tinha um botequim lá onde ele ficava bebendo até o meio-dia.


Como você enxerga essa questão cultural e qual a conseqüência disso para a divulgação da sua música?
- Isso passa pelos produtores. A música está nas mãos dos produtores, são eles que decidem o que o público vai ouvir. Tem muita gente em cargo errado por aí. Mas a cultura não tem dono. Vocês estavam falando do Rio, a prefeitura do Rio nunca me chamou para fazer nada. O César maia não me conhece. O presidente Lula parece que não se preocupa com a cultura, só apóia projetos assistencialistas. Ele diz que governa para o povo. Ora, o povo gosta de cultura… Daqui a pouco o Lula vai fazer o “Caverna Família”, o “vale-tigre”, é uma pena.

Não perde tempo tempo não, coléga.

Clica aqui e corre pra ler.



quarta-feira, 21 de março de 2007

Grande Bróder

Já disse aqui no blog que só acompanho Big Brother Brasil no site do Dino.

Passando o tempo, confesso que acompanho sim. Mas não na Globo. Tudo que sei de BBB, acompanho na Sonia Abrão e através de uma pequena que trabalha no site do programa, que depois que lá começou, não tem outro assunto em pauta a nao ser esse. Mal dou boa tarde e ela já devolve contando as últimas do caubói e do ruço alemão.

Foi através da velha e da moça, que soube que agora está na casa um argentino. Lá, ele participou do Grande Hermano.

Lá é Grande Hermano, aqui é Big Brother.

Compreendem? Lá é Grande Hermano e aqui é Big Brother.

Língua tratada as cacos vira língua de trapo.

terça-feira, 20 de março de 2007

Dani entrevista

"Verdades e mentiras do Funk: Dani entrevista Mr.Catra", essa era a legenda que aparecia no programa RE-Vista, na CNT, canal 9. Não conheço a Dani, mas a primeira vista achei uma tetéia.

Dani pergunta: você quando fala de sexo nas suas músicas, de repente é pra chamar o jovem pra uma questao mais social?

Catra: Nao nao, é pra falar de sexo mesmo.

Dani: E quando você diz vai começar a putaria, o que você quer dizer com isso?-------9:30 da noite.

Catra: Eu quero dizer que vai começar a putaria.

Direto. Sem floreio.
Taí, gostei.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Memórias de um poeteiro (parte 1)

Nelson Rodrigues disse aqui, em entrevista ao seu amigo Otto Lara Resende: "Aos 18 anos eu era de uma ignorância enciclopédica". Nelson era um entusiasta da velhice. Aconselhava os jovens envelhecerem cada vez mais rápido. Se ele com 18 anos era tão ignorante como disse não sei, mas eu, com pouco mais que isso, era uma bela besta. Me dei conta disso esses dias, quando fuçando aqui na poeira, achei uns poemas que fiz ao longo de 2001, todos de uma incompetência jumentesca. Fiquei com vergonha de reler aquilo. Poemas dignos de toda troça e todos os xingamentos, os mais cabeludos. Eu exigo.

Como não me levo a sério -pelo visto naquela época eu me levava- fiz uma seleção de 13 poemas que pesquei entres uns 20, para expor ao ridículo e comentá-los com a devida galhofa que eles merecem e submetê-los aos comentários dos poucos que aqui visitam. Os que ficaram de fora eu não tive coragem de postar, de tanta vergonha. Não vou por os poemas inteiros, só os "melhores" trechos e comentá-los.

Apologia do amor

Mesmo depois que meu coração se despedaçou
Sigo fazendo apologia do AMOR
Mesmo depois dela me machucar
Sigo fazendo apologia do AMAR
Mesmo permanecendo com o mesmo temor
Sigo fazendo apologia do AMOR
Mesmo sentindo uma voz confusa dentro de mim gritar
Sigo fazendo apologia do AMAR


-Esse parece aquelas figurinhas "Amar é...". Cafona e brega. As palavras amor e amar em caixa alta, já mostra como eu estava equivocado quando peguei a caneta e escrevi isso.

Carta aos aflitos

Apegue-se as suas canções
Aos ombros dos de seus amigos
aos sorrisos otimistas das crianças
aos beijos ardentes que vc possa dar
as palavras que lhe possam sussurrar
E depois comemore seu triunfo
Com um esplendor de AMARCORD


-Esse trecho é de uma derrota só. Pura auto-ajuda. Parece que tirei de uma revista Capricho, Querida, sei lá. Se uma pessoa a beira de um abismo ler isso, pula na hora. O que é essa citação ao Amacord, do Fellini? Acho que vi o filme e quis encaixar ele de qualquer jeito. Grotesco! E segue mais um trecho:

Pra chover até o céu pede água
Cada vez que vc se encontrar triste
Masturbe seu coração
E deixe sua alma levitar

-Esse "Pra chover até o céu pede água" eu roubei do meu cd de rap do Escadinha, famoso traficante carioca do Rio de Janeiro. Cd muito bom por sinal. Mas reparem que a frase está deslocada na estrofe, joguei ela de qualquer jeito lá.


Nua , nua , nua .....

Sei que não é sua intenção
Mas cada gesto que você faz
Parece que você se insinua
E na minha cabeça profana
Eu só te imagino nua

Na solidão do meu aconchego
Sua imagem na minha mente figura
E ainda que nunca tenha visto
Eu só te imagino nua


-Apostei no erotismo. É de fazer o Wando corar.


Não vamos perder mais tempo

Vamos transformar nosso beijos abstratos em concretos
Confirmar nossas afinidades
Por fim..........
Vamos dar as mãos, buscar novos momentos
E tentar juntos
As possibilidades incertas do sentimentos


-Se não fosse eu a ter escrito isso, teria certeza que o "escritor" é um idiota. Qualquer saco vazio tem mais conteúdo que isso. O título é interessante se pensarmos que escrever e ler algo do tipo é uma perda de tempo.

Golpe da vida

E eu não sei uma maneira de estancar essa dor
Que a cada dia cresce
E parece não ter fim
Que jorra pelos meus dias afora
Quisera eu saber uma prece
Para espantá-la pra longe de mim

-Que fase hein?

Distância

Quando a vida te colocou longe de mim
Não sabia o que estava fazendo
Ahh , não, com certeza não sabia
Se soubesse não faria
Ou se fizesse sabendo
Se arrependeria
Me levaria no vento da sabedoria
Até você

-Vergonha de mim. 2001 não deve ter sido um bom ano mesmo ou eu estava dodói da cabeça. Esse "vento da sabedoria", meu Deus, cafona demais.