Primeiro post. Como atualmente não faço nada da vida e não escrevo mais pro site que me projetou para a vida de escrevinhador, resolvi abrir um blógui. Escreverei mais ou menos sobre o que escrevia lá, algumas crônicas e alguns apontamentos sobre cinema, música e outras coisas mais (ler com voz de Nelson Motta no “Sem Censura” achando que é legal jogar nas onze). Algumas notas e especulações urbanas, cotidianas.
Gosto de sentar sempre nas janelas dos ônibus, pra observar o que se passa fora e ver bumbum de mulher. Mas o melhor de andar de busão é escutar as conversas dos outros. Não só no ônibus, mas em qualquer lugar. Tô sempre de orelha em pé, um Nelson Rubens das ruas.
Quando eu voltava da faculdade pra casa, o ônibus chegava ao meu ponto praticamente vazio. Sempre eu, o motorista e o trocador. Quase sempre. Numa dessas voltas estavam conversando os dois operários e mais alguns outros funcionários da empresa, mais uns três acho eu, pegando carona. Entre eles um trocador que eu conhecia de vista contando algumas de suas aventuras amorosas.
Começou ele: “Tem mulher que você tem dar um valor. Antes de ir pro motel, leva pra comer,passear essas coisas. Mas tem umas que não dá. Outro dia saí com uma, que foi foda. Bonitinha até, mas ela fez um negócio que eu perdi o tesão todo”. Nesse momento liguei as antenas. Continua ele: “a gente saiu, comeu e tal. Quando chegamos no motel, pra começar ela nem tomou banho. Aí tirou a roupa a e disse assim: ‘peraí que eu vou botar meu anticoncepcional’ e pôs um comprimido dentro da vagina, aí não dá”. Ele disse isso, olhou pra mim e falou: “To certo meu camarada?”. Eu disse: “claro que está”.
Não parou por aí. “Vocês lembram da Ana aquela trocadora que trabalha na outra linha, uma gordinha loirinha, bonitinha? Então, saí com ela outro dia. Primeiro, antes de pegar ela, passei na farmácia. Comprei sabonete de aveia, shampoo de aveia, creme de aveia, tudo de aveia”. Ele já tinha dito que os produtos eram de aveia, mas ratificou no fim, até hoje me pergunto se existe algum produto de aveia que não é feito de aveia. “Aí depois fomos pro Bob’s. chegamos lá cada um pediu um lanche, eu paguei, claro. Sanduíche do Bob’s, batata frita do Bob’s, ovomaltine do Bob’s, tudo do Bobs’”. Aí me bateu outra dúvida. Ele disse que foi ao Bob’s e pediu tudo do Bob’s. Será que lá dá pra pedir coisa do Mc Donald’s? “Chegando lá eu tomei banho primeiro, depois ela tomou. Sabonete de aveia, shampoo de aveia, creme de aveia. Tudo de aveia. Ela cheirosinha e eu também, aí já viu né?”.
Ainda vou fazer isso, usar tudo de aveia e depois ir pros finalmentes, mas quero comer um mingau de aveia antes. Aqui em casa minha mãe sempre come, eu mesmo nunca comi. Contei essa história pro meu coroa, ele disse que na volta da igreja vai passar na farmácia. Vai comprar shampoo de aveia, sabonete de aveia, creme de aveia.
Enfim, tudo de aveia.
3 comentários:
tudo de aveia. e ferro na véia!
Hommer não é mole hein!
tudo bem q o cara escreve bem e tal...mas não posso deixar de dizer q ele é lindo e q sou xonada por ele...rsrs
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